sábado, 14 de abril de 2012




CONFISSÃO

Conforme o Catecismo da Igreja Católica, art.1849, “pecado é uma falta contra a razão, a verdade, a consciência reta; é uma falta ao amor verdadeiro, para com Deus e para com o próximo, por causa de um apego perverso a certos bens. Fere a natureza do homem e ofende a solidariedade humana. Foi definido como uma palavra, um ato ou um desejo contrários à lei eterna”; e , art 1850: “O pecado é amor de si mesmo até o desprezo de Deus”.

Conhecemos também, pela Doutrina Católica que há o pecado mortal, quando o homem escolhe deliberadamente, isto é, sabendo e querendo algo gravemente contrário à lei divina; este destrói em nós a caridade, sem a qual é impossível a bem-aventurança eterna. E há o pecado venial constituído pela desordem moral reparável pela caridade, que ele deixa subsistir em nós. A sua repetição produz os vícios, entre os quais avultam os pecados capitais: soberba, avareza, luxúria, ira, gula, inveja e preguiça.

Todo pecado é um ato de orgulho e de desobediência a Deus. Assim, “Cristo se humilhou e tornou-se obediente até a morte na cruz” (Fl 2,8) para expiar o orgulho e a desobediência dos nossos pecados e nos merecer o perdão. Em resposta a esse ato sublime de amor de Jesus, se exige de nós, pecadores, a confissão sacramental, na qual confessamos os nossos pecados diante do representante de Deus, legitimamente ordenado, nos dá a reconciliação e a participação na plenitude da graça de Deus, tornando concreta a palavra do Evangelho de Lucas 18,14: “Pois todo o que se exaltar será humilhado, e quem se humilhar será exaltado”.
A confissão sacramental sincera liberta o pecador das faltas cometidas, pelo arrependimento de suas ofensas.

O sacerdote, por si, não perdoa os pecados do penitente. Ele, pelo ministério confiado pela Igreja, em nome de Deus, escuta as faltas cometidas e, atendendo o sincero desejo do pecador, apresenta-o a Deus para que o perdoe. O sacerdote faz o juramento de guardar segredo das confissões. Não lhe é permitido revelar erros alheios, nem que a omissão custe a própria vida. Uma verdade profunda aprendi no Catecismo, art.1466: “O confessor não é o senhor, mas o servo do perdão de Deus”

Muitos temem a confissão, mas não temeram o pecado! Nossas misérias confessadas humildemente a um sacerdote, nos fará experimentar a acolhida, a compreensão, o abraço amoroso de Deus e o auxílio de um amigo na nossa caminhada de conversão.

Eis as palavras sábias de nosso querido e inesquecível João Paulo II: “Os consultórios psiquiátricos estão cheios porque os confessionários estão vazios”.

Não tenhamos medo de procurar um sacerdote para contar-lhe dos momentos de fraqueza que fizeram parte da nossa vida! O homem criado por Deus não é aquele que nunca erra, mas aquele que confia e tem coragem de olhar para os seus erros e tomar o firme propósito de não mais cometê-los, agradecendo pela obra redentora de Jesus.

Não tenhamos vergonha de nos confessar! Peçamos a intercessão de Maria Imaculada que, gerada sem a mancha do pecado, se tornou a Mãe de Misericórdia e, como co-redentora, participa da alegria de ver voltar para casa o filho que se perdeu!

Para nos ajudar, transcrevo os ensinamentos do Padre Wagner Augusto Portugal, Vigário judicial da Arquidiocese de Juiz de Fora e presidente do Tribunal Eclesiástico Interdiocesano.


COMO SE CONFESSAR?

Após um meticuloso exame de consciência para a confissão, por meio da oração e do exame de consciência, o fiel aguarda pacientemente a sua vez, invocando para si e para o próximo a luz do Espírito Santo e a graça de uma conversão radical. Aproximando-se do sacerdote no confessionário, ele faz o sinal-da-cruz e deve iniciar a confissão dizendo:

"Padre, dai-me a vossa bênção, porque pequei". Em seguida, com a maior precisão possível, diz o tempo transcorrido desde a última confissão, seu estado de vida (celibatário, casado, viúvo, estudante, consagrado, noivo ou namorado...) e se cumpriu a penitência recebida da última confissão. Pode ainda levar ao conhecimento do confessor os acontecimentos nos quais se sentiu particularmente perto de Deus, os progressos feitos na vida espiritual. Segue-se a confissão dos pecados, com simplicidade e humildade, expondo os fatos que são transgressões da lei de Deus e que mais intensamente pesam na consciência.

Primeiro, são confessados os pecados graves ou mortais, conforme sua espécie e número, sem perder-se em detalhes e sem diminuir a própria responsabilidade. Para se obter um aumento da graça e força no caminho de imitação de Cristo, confessam-se também os pecados veniais. Depois, dispõe-se a acolher os conselhos e advertências do confessor aceitando a penitência proposta. O penitente reza o ato de contrição e o sacerdote pronuncia a fórmula da absolvição. Ele despede-se do sacerdote respondendo à sua saudação: "Demos graças a Deus", e então permanece um pouco na Igreja agradecendo ao Senhor.

Torna-se oportuno, ainda, lembrarmo-nos o ato de contrição: “Meu Deus, tenho muita pena de ter pecado, pois ofendi a Vós e mereci ser castigado. Meu Pai e Salvador, perdoai-me, não quero mais pecar. Amém.”

A confissão é importante não só na quaresma, ou na Semana Santa, mas durante todo o ano, porque ela é justamente o sacramento que nos reconcilia e tem o poder curativo em nós, quando descobrimos que a cada confissão a gente se propõe a uma mudança. Ela é curativa e faz crescer. Sempre que você se restaura de um erro, de uma fragilidade, também se projeta para crescer, a partir daquilo.
Obs: só Pode SE CONFESSAR um dia antes da formação da primeira comunhão.

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