Conforme o Catecismo da Igreja
Católica, art.1849, “pecado é uma falta contra a razão, a verdade, a
consciência reta; é uma falta ao amor verdadeiro, para com Deus e para com o
próximo, por causa de um apego perverso a certos bens. Fere a natureza do homem
e ofende a solidariedade humana. Foi definido como uma palavra, um ato ou um
desejo contrários à lei eterna”; e , art 1850: “O pecado é amor de si mesmo
até o desprezo de Deus”.
Conhecemos também, pela Doutrina Católica que há o pecado mortal, quando o homem
escolhe deliberadamente, isto é, sabendo e querendo algo gravemente contrário
à lei divina; este destrói em nós a caridade, sem a qual é impossível a
bem-aventurança eterna. E há o pecado venial constituído pela desordem moral
reparável pela caridade, que ele deixa subsistir em nós. A sua repetição
produz os vícios, entre os quais avultam os pecados capitais: soberba,
avareza, luxúria, ira, gula, inveja e preguiça.
Todo pecado é um ato de orgulho e de desobediência a Deus. Assim, “Cristo se
humilhou e tornou-se obediente até a morte na cruz” (Fl 2,8) para expiar o
orgulho e a desobediência dos nossos pecados e nos merecer o perdão. Em
resposta a esse ato sublime de amor de Jesus, se exige de nós, pecadores, a
confissão sacramental, na qual confessamos os nossos pecados diante do
representante de Deus, legitimamente ordenado, nos dá a reconciliação e a
participação na plenitude da graça de Deus, tornando concreta a palavra do
Evangelho de Lucas 18,14: “Pois todo o que se exaltar será humilhado, e quem se
humilhar será exaltado”.
A confissão sacramental sincera liberta o pecador das faltas cometidas, pelo
arrependimento de suas ofensas.
O sacerdote, por si, não perdoa os pecados do penitente. Ele, pelo ministério
confiado pela Igreja, em nome de Deus, escuta as faltas cometidas e,
atendendo o sincero desejo do pecador, apresenta-o a Deus para que o perdoe.
O sacerdote faz o juramento de guardar segredo das confissões. Não lhe é
permitido revelar erros alheios, nem que a omissão custe a própria vida. Uma
verdade profunda aprendi no Catecismo, art.1466: “O confessor não é o senhor,
mas o servo do perdão de Deus”
Muitos temem a confissão, mas não temeram o pecado! Nossas misérias
confessadas humildemente a um sacerdote, nos fará experimentar a acolhida, a
compreensão, o abraço amoroso de Deus e o auxílio de um amigo na nossa
caminhada de conversão.
Eis as palavras sábias de nosso querido e inesquecível João Paulo II: “Os
consultórios psiquiátricos estão cheios porque os confessionários estão
vazios”.
Não tenhamos medo de procurar um sacerdote para contar-lhe dos momentos de
fraqueza que fizeram parte da nossa vida! O homem criado por Deus não é
aquele que nunca erra, mas aquele que confia e tem coragem de olhar para os
seus erros e tomar o firme propósito de não mais cometê-los, agradecendo pela
obra redentora de Jesus.
Não tenhamos vergonha de nos confessar! Peçamos a intercessão de Maria
Imaculada que, gerada sem a mancha do pecado, se tornou a Mãe de Misericórdia
e, como co-redentora, participa da alegria de ver voltar para casa o filho
que se perdeu!
Para nos ajudar, transcrevo os ensinamentos do Padre Wagner Augusto Portugal,
Vigário judicial da Arquidiocese de Juiz de Fora e presidente do Tribunal
Eclesiástico Interdiocesano.
COMO SE CONFESSAR?
Após um meticuloso exame de
consciência para a confissão, por meio da oração e do exame de consciência, o
fiel aguarda pacientemente a sua vez, invocando para si e para o próximo a
luz do Espírito Santo e a graça de uma conversão radical. Aproximando-se do sacerdote
no confessionário, ele faz o sinal-da-cruz e deve iniciar a confissão
dizendo:
"Padre, dai-me a vossa bênção, porque pequei". Em seguida, com a
maior precisão possível, diz o tempo transcorrido desde a última confissão,
seu estado de vida (celibatário, casado, viúvo, estudante, consagrado, noivo
ou namorado...) e se cumpriu a penitência recebida da última confissão. Pode
ainda levar ao conhecimento do confessor os acontecimentos nos quais se
sentiu particularmente perto de Deus, os progressos feitos na vida
espiritual. Segue-se a confissão dos pecados, com simplicidade e humildade,
expondo os fatos que são transgressões da lei de Deus e que mais intensamente
pesam na consciência.
Primeiro, são confessados os pecados graves ou mortais, conforme sua espécie
e número, sem perder-se em detalhes e sem diminuir a própria
responsabilidade. Para se obter um aumento da graça e força no caminho de
imitação de Cristo, confessam-se também os pecados veniais. Depois, dispõe-se
a acolher os conselhos e advertências do confessor aceitando a penitência
proposta. O penitente reza o ato de contrição e o sacerdote pronuncia a
fórmula da absolvição. Ele despede-se do sacerdote respondendo à sua
saudação: "Demos graças a Deus", e então permanece um pouco na Igreja
agradecendo ao Senhor.
Torna-se oportuno, ainda, lembrarmo-nos o ato de contrição: “Meu Deus, tenho
muita pena de ter pecado, pois ofendi a Vós e mereci ser castigado. Meu Pai e
Salvador, perdoai-me, não quero mais pecar. Amém.”
A confissão é importante não só na quaresma, ou na Semana Santa, mas durante
todo o ano, porque ela é justamente o sacramento que nos reconcilia e tem o
poder curativo em nós, quando descobrimos que a cada confissão a gente se
propõe a uma mudança. Ela é curativa e faz crescer. Sempre que você se
restaura de um erro, de uma fragilidade, também se projeta para crescer, a
partir daquilo.
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